Quando e morava no Rio, eu ia muito no bondinho do Pão de Açúcar!
Meus pais me levavam sempre, e eu ficava muito feliz!!!!
Claro, que não era bonito, como hoje em dia... mas eu gostava!!
Domingo sim, domingo não, eles me levavam!
Como eu ainda era pequena, e já rezava, porque meus pais me ensinaram, o Santo Anjo, sempre eu rezava a noite, e me ajoelhava na beira da cama.
Nós morávamos na Praça Sanz Penna, na Tijuca, era longe para ir no Pão de Açúcar e a gente ia de bonde!
Nessa época, a minha mãe de criação, já era meio nervosa, e já me batia, por bobeiras de criança. Eu tinha muito medo dela!
Uma manhã acordei, e era domingo! Dia do Pão de Açúcar!
Mas, levantei cabisbaixa, sentei com meus pais na mesa para tomar café, e sem mais nem menos falei:
-Mãe, hoje não vamos ao Pão de Açúcar, porque sonhei que o bondinho caiu no mar e pegou fogo na água!!
Ah, a minha mãe deu um grito comigo, e disse:
-Garota, pare de falar isso, agora você deu para ser adivinha? Como pode água pegar fogo, menina, a água apaga o fogo!
Meu pai muito maravilhoso disse:
-Tida, se a menina não quer ir por causa do sonho, não vamos, no outro domingo iremos.
A minha mãe já começou a brigar com ele por minha causa.
Almoçamos em casa, e a tarde fui com meu pai comer pipoca, na praça. Ela ficou bicuda em casa.
Quando chegamos, ela mandou nos sentarmos e falou?
-Sabe o que ouví no rádio?
Eu logo pensei no bondinho, mas meu pai perguntou o que foi.
-O bondinho caiu no mar, vazou óleo e o fogo foi se alastrando no mar!!!
Olhou bem para mim, e disse:
-Credo, essa menina tem parte com coisa estranha!!!!
Meu pai me abraçou e falou:
-Deixa ela falar sozinha, filha, de hoje em diante tudo que você sonhar você cuida e fala sempre para alguém porque você poderá salvar alguém...
Que pai que tive, eu nem tinha o sangue dele, era só meu tio...
Depois desse sonho, comecei a ser sonâmbula...
Mas aí, é outra história...
Ane
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