domingo, 2 de junho de 2013

OUTRA HISTÓRIA DE UTI VERDADEIRA

Assistindo ao Fantástico, ouvi o depoimento de uma moça que foi molestada sexualmente, enquanto estava na CTI.

Aí lembrei de uma história que aconteceu com minha falecida mãe.
Ela fez 5 pontes de safena no Hospital do Coração em SP.
Ficou 8 dias na UTI. 
Durante esse período meu irmão mais velho ficava em um quarto particular, que já havia para ela quando foi operar.
Eu morava perto do Hospital, nos Jardins, e levava sempre almoço para meu irmão.
Sempre eu entrava na UTI, só para olhar para minha mãe. Os médicos deixavam, claro que eu vestia roupas especiais.
Um dia, ao chegar na ala da UTI,  fiquei parada ali, olhando a cama onde estava minha mãe. Eu estava em um vidro que eu via as camas todas de frente. A cortina do vidro estava aberta. Fui mais cedo.

Presenciei 2 médicos, debruçados na cama de minha mãe, no ferro que fica ao lado da cama, e pareciam conversar entre si o estado dela.
Na verdade, na hora senti que era algo estranho, mas pensei,médicos vem ver estado dos pacientes, normal.
Nisso, ela me viu, sentou na cama de repente desligou os fios abriu os braços para  cima e disse bem alto:
-Minha filha!!!! e começou a chorar.
Os dois médicos me olharam, começaram a recolocar os fios nela, e eu queria entrar mas a enfermeira me barrou.
Esperei um médico sair e pedi para entrar ele deixou, após eu ir com uma enfermeira colocar as roupas para entrar. Os rostos dos médico eu só havia visto de perfil.

Então minha mãe me viu e estava já meio sonada, e apertou minha mão, e quando fui beija-la as lágrimas estavam no rosto dela. Comecei a fazer carinho com as luvas no rosto dela, ela dormiu.

Passou-se uns dias, ela foi para o quarto. Eu estava lá para recebe-la  com meu irmão.
Então quando ela estava só comigo, começou a falar do que passou, do que ouvia de outros paciente, e me contou que um dia começou a ouvir vozes de 2 médicos falando coisas obscenas sobre ela e para ela. Coisas feias ela disse.
Eu fiquei nervosa não demonstrei para ela, e falei, que acreditava nela, porque um dia cheguei mais cedo e vi dois médicos debruçados em sua cama. Ela contando chorava.
Ela disse, filha que pecado, a mãe ouvindo e não podia fazer nada não conseguia nem me mexer.

Quando meu irmão chegou no quarto, pedi para ele ficar que eu ia na lanchonete.
Procurei uma enfermeira, e pedi para falar urgente, com a diretoria do hospital. Ela perguntou sobre o que, e eu falei a ela. Nem fiquei surpresa, quando ela disse:
-Pessoas na UTI sonham, e talvez sua mãe tenha sonhado, e o diretor também não está.
Pedi para falar com os médicos de plantão da UTI ela disse que são muitos não saberia quem havia passado por lá.
Fui falar com enfermeira chefe, e  ela repetiu palavras da outra.
E aquilo me cansou emocionalmente, então escrevi de próprio punho uma carta sobre tudo, coloquei em um belo envelope, com meu nome endereço, e telefone, para entrarem em contato comigo, e coloquei na caixa de SUGESTÕES.
Nada aconteceu com o passar do tempo, mesmo quando minha mãe ficou boa e levei-a para sua casa em Santa Catarina.

Contei apenas para minha irmã, que disse as mesmas palavras da enfermeiras!! Briguei com minha irmã, por ela ser tão ignorante.

Voltei a falar nesse assunto com minha mãe, e ela disse:
-Filha, só em você que amo tanto, confiar e acreditar em mim, é tudo.Deixe para lá, já passou. Só espero que isso não se repita com outra pessoa, né filha?

E assim ficou.
Abrir sindicância, não adiantaria, com enfermeiras já vindo com aquelas conversas...Então deixei na mão de Deus.
Minha mãe depois disso, viveu mais 13 anos, graças a Deus.

Isso também serve para as pessoas que tiverem parentes em UTI, ficarem atentos.

Ane 2013





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